terça-feira, 11 de agosto de 2015

Ontem senti uma dor no peito. Doeu forte e diferente, incomodou, não passou.
Que ansiedade!
Respirei, respirei mais e mais e nada. 
Pensei, pensei, pensei e ajudou, mas depois piorou.
Pensei ou senti? Senti ou pensei?
Caralho, eu não sei.
Tava pensando aqui que um dos maiores erros da vida é ficar tentando adivinhar o que alguém tá pensando, ainda mais se os pensamentos forem sobre você: não resolve, não é real, machuca e condena. Péssima combinação. E eu sei disso, todavia meu cérebro insiste em me incomodar nas madrugadas. 
Entendi o problema: to pensando no que outro ta pensando mas nao to pensando no que eu to pensando, ou sentindo. To esperando pra pensar e sentir.  Isso não pode ser saudável, isso não pode render alguma coisa válida, é dor de graça, é dor desnecessária. 
Decidi que vou sofrer pensando nas minhas atitudes, nos meus objetivos, porque esse dever é meu; ele também machuca e condena, mas é real e resolve. 
Aprender é um pouco chato. Principalmente se você não se sai muito bem na primeira prova, mas é bom. É bom saber o que fazer, nem sempre dá, mas quando dá é um dos melhores  alívios. 
Mesmo que você não tenha aprendido tudo, é fato que pelo menos conheceu, e isso já conta muito.
Hoje senti a dor de novo; dessa vez não pensei, eu precisava de mais do que recebi pra saber se tava pensando ou sentindo, mas falei, além de falar, fiz - mesmo não querendo - e a dor já não é mais ansiedade, só saudade. 





terça-feira, 5 de maio de 2015

Esse poema descreve bem meu jeito de ver a vida em relação às pessoas, a relacionamentos - todos eles.
Pra mim, se o sentimento não for dado, de forma natural, natural como o sol e se a flor for arrancada por puro egoismo de posse, não adianta, nao basta, nao preenche, nao dá.
E o desprazer da busca, o medo de senti-lo, me motiva a continuar vivendo a vida desta forma. Claro que não é pelo medo que sigo desta forma, mas ele tem um papel peculiar.
Penso bastante, mas faço pouco. Nao sei se por personalidade ou por insegurança. Talvez seja cautela.
Sei a teoria mas na prática tudo se enrola e eu acabo vendo um nó como resultado.
As vezes pensar atrapalha como andar a chuva mesmo. Tudo fica embaçado.
O meu problema é que não sei se sofro por nao buscar ou por buscar e nao saber o que encontrei, por receio de perguntar. Por receio de nao ter que perguntar, por medo de não querer ter perguntado. Dificilmente miro na opção mais feliz. Confesso que, por algum motivo, nao existe um final feliz pronto pra mim. Nem consigo sonhar um. Tive poucas coisas prontas.
Fico me perguntando até que ponto ser sensato, reservado, consciente, racional e orgulhoso em relacionamentos funciona, ate que ponto é verdadeira toda essa sensatez?
Se eu tivesse uma ideologia pra tudo, talvez fosse mais fácil do que pensar sozinha e escolher o modo de viver na sorte.
Ultimamente nada do que eu sinto completa sentido na minha cabeça. Reprimi meus sentimentos mais rápido do que eu mesma pude perceber. Tao rápido que as vezes esqueço-os e, de fato, nao sei se o que senti foi pensamento ou se só pensei afinal...
A poesia ajuda a ver que sua loucura não é tão solitária assim e que, melhor, não é tão anormal ter uma loucura ou algo que nao entende sobre si.
Sempre tive o costume de dividir meus sentimentos e pensamentos com algum amigo, a fim de encontrar direção, mas ultimamente ate isso tem se tornado sem sentido... Parece que to perdendo o volante. A estrada ta diferente. O motor voltou a engasgar e a janela voltou a quebrar.
Vou arrumar. Pra tudo tem um jeito, não é?
Vou fazer o esquema da escadaria, só sobe... Olha pros pés pra nao tropeçar e pra ter a impressão que chegou mais rápido. Faço um zig zag também.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Eu tenho uma amiga


Eu tenho uma amiga que ganhei sem querer... Não que amizades se escolham; o caso é que a amizade escolheu a gente.
Foi tudo muito natural e sincero, simples também... rápido, bonito. Parecia que a amizade já nos conhecia a tempos (amiga, é ‘a tempos’ ou ‘há tempos’?), porque nós não tínhamos nada a ver uma com a outra, nada mesmo.
O engraçado é que foi nas nossas infinitas diferenças que nos conhecemos como amigas: eu sei isso, e você sabe aquilo; consigo te ajudar com isso, e eu consigo te ajudar com aquilo; conta comigo, você também (já escorreu uma lágrima). É difícil falar dela sem me emocionar. Assusta as vezes. A gente concorda nesse ponto.
Essa minha amiga, assim como eu, tem um problema consigo (sabe aquela guerra dentro de você? Medo, insegurança, ansiedade, incertezas... )  ela sente todos esses sentimentos com muita angustia, acho que é porque ela, assim como eu, não gosta de decepcionar as pessoas, tem medo que certas coisas aconteçam, ou não aconteçam, sente a agonia e a sensação desse possível acontecimento, sem ele ter existido. Acho que as vezes até busco sentir isso. Isso eu que acho. O achismo é foda, mas nesse contexto estou apenas tentando entender...
Entendi a minha angustia assim, e me ajudaram a raciocinar: o se’s não existem e temos que continuar mudando para sermos os mesmos.
Minhas crises não são tão exteriorizadas como as da minha amiga, são bem fundo na minha cabeça, passam por todos os caminhos e sempre tendem ao ‘castigo’ as ‘consequencias’... ahhh é muita alto penitencia! Ainda tenho resquícios ruins daquela idade... os bons quem me lembra é ela.
Acho que ela também tem resquícios de uma vida passada (leia-se idade passada)... eu vivi num mundo de aparências e ela também; o dela era mais voltado pra beleza e pra dinheiro.
Eu vou falar pra minha amiga que esse tempo já passou, e se ela não acreditar eu falo de novo pra ela não esquecer... Falo de novo se ela ficar brava e não lembrar, e falo de novo se ela se enfurecer e me empurrar. Vou falar pra ela também que tenho certeza que vamos ficar bem.